18 dezembro, 2011

Primeiro planeta parecido com a Terra é encontrato: Kepler 22-b

Cientistas confirmaram a existência de um planeta semelhante a Terra na “zona habitável” em torno de sua estrela mãe.
Kepler 22-b encontra-se cerca de 600 anos-luz de distância e tem cerca de 2,4 vezes o tamanho da Terra, com uma temperatura de cerca de 22 graus Celsius.
Kepler 22-b está 15% mais perto de seu sol do que a Terra está do nosso sol, e seu ano dura cerca de 290 dias. No entanto, a estrela do planeta anfitrião tem cerca de 25% menos luz, mantendo a temperatura do planeta amena o suficiente para apoiar a existência de água líquida.
Até agora, esse é o planeta mais próximo parecido com o nosso – uma “Terra 2.0″. O que os astrônomos ainda não sabem, no entanto, é se Kepler 22-b é feito principalmente de gás, rocha ou líquidos.
Kepler 22-b era um dos 54 candidatos a exoplanetas em zonas habitáveis relatados pela equipe de Kepler em fevereiro, e é apenas o primeiro a ser formalmente confirmado usando outros telescópios.
Mais “Terras 2.0″ podem ser confirmadas no futuro, apesar de que uma redefinição dos limites da zona habitável trouxe o número de 54 para 48. 10 deles são do tamanho da Terra.
Durante a conferência em que esse resultado foi anunciado, a equipe de Kepler também disse que avistou 1.094 novos candidatos a planetas. O número total de candidatos encontrados pelo telescópio está agora em 2.326 – dos quais 207 são aproximadamente do tamanho da Terra.
Os resultados sugerem que os planetas que vão desde o tamanho da Terra a cerca de quatro vezes o tamanho da Terra – os chamados “super Terras” – podem ser mais comuns do que se pensava.
O telescópio espacial Kepler foi projetado para olhar para uma faixa fixa do céu, para cerca de 150.000 estrelas. O telescópio é sensível o suficiente para ver quando um planeta passa na frente de sua estrela-mãe, escurecendo um pouco a luz da estrela.
Kepler identifica essas pequenas mudanças na luz das estrelas como candidatos a planetas, que são depois confirmados por observações de outros telescópios em órbita e na Terra.
Conforme os candidatos a planetas semelhantes à Terra são confirmados, a Busca por Inteligência Extraterrestre (Seti, na sigla em inglês) tem um foco mais estreito para sua caça.
“Esta é uma oportunidade excelente para observações”, disse Jill Tarter, do Seti. “Pela primeira vez, podemos apontar nossos telescópios para as estrelas sabendo que elas realmente hospedam sistemas planetários – incluindo pelo menos um que se aproxima da Terra na zona habitável em torno de sua estrela mãe”, completa.[BBC]

08 dezembro, 2011

A Origem de Urântia

A Origem de Urântia



AO OFERECER, para os anais de Urântia, estes excertos dos arquivos de Jerusém a respeito dos antecedentes e da história inicial deste planeta, fomos orientados a considerar o tempo em termos de uso corrente – segundo o calendário bissexto em uso, com 365¼ dias por ano. Via de regra, não será feita nenhuma tentativa de fornecer os anos com exatidão, embora isso esteja nos registros. Usaremos os números inteiros mais próximos como o melhor método de apresentar os fatos históricos.

Quando nos referirmos a um evento como tendo acontecido um ou dois milhões de anos atrás, temos a intenção de datar tal ocorrência com um número de anos a contar das primeiras décadas do século vinte da Era Cristã. Iremos, assim, descrever esses acontecimentos, distantes no tempo, como tendo ocorrido em períodos exatos, ou seja, em milhares, milhões e bilhões de anos.


1. A NEBULOSA DE ANDRONOVER

Urântia tem a sua origem no vosso sol, e o vosso sol é um dos produtos múltiplos da nebulosa de Andronover, que foi outrora organizada como sendo uma parte componente do poder físico e da substância material do universo local de Nebadon. E essa grande nebulosa, por sua vez, teve sua procedência na carga-força universal do espaço, no superuniverso de Orvonton, em uma época remota, bastante remota mesmo.

Esta narrativa inicia-se em um momento no qual os Mestres Primários Organizadores da Força do Paraíso já estavam, havia muito, com o pleno controle das energias-espaço, que mais tarde seriam organizadas para gerar a nebulosa de Andronover.

Há 987 bilhões de anos, o organizador da força associado, o inspetor de número 811 307 da série de Orvonton, então em exercício e que vinha de Uversa, reportou aos Anciães dos Dias que as condições do espaço eram favoráveis ao começo dos fenômenos de materialização em um certo setor do então segmento oriental de Orvonton.

Há 900 bilhões de anos, atestam os arquivos de Uversa, o Conselho de Equilíbrio de Uversa, emitiu uma permissão para o governo do superuniverso, autorizando-o a despachar um organizador de força com a sua assessoria para a região previamente designada pelo inspetor de número 811 307. As autoridades de Orvonton encarregaram o descobridor original desse universo potencial da execução do mandato dos Anciães dos Dias, que convocava a organização de uma nova criação material.

O registro dessa autorização significa que o organizador da força e seus assessores já haviam partido de Uversa na longa jornada até aquele setor espacial, no lado leste, onde eles, subseqüentemente, dedicar-se-iam às atividades prolongadas que culminariam na emergência de uma nova criação física em Orvonton.

Há 875 bilhões de anos, a enorme nebulosa de Andronover, de número 876 926, foi devidamente iniciada. Apenas a presença do organizador da força, e do seu pessoal de ligação, foi requisitada para desencadear o turbilhão de energia que finalmente se transformou nesse vasto ciclone de espaço. Subseqüentemente ao início dessas circunvoluções nebulares, os organizadores da força viva simplesmente se retiraram, saindo perpendicularmente ao plano do disco em circunvolução e, desse momento em diante, as qualidades inerentes da energia passaram a assegurar a evolução progressiva e ordenada desse novo sistema físico.

Nessa época, aproximadamente, a narrativa volta-se para o funcionamento das personalidades do superuniverso. Na realidade, a história tem o seu começo de verdade nesse ponto, justamente quando os organizadores da força do Paraíso preparam-se para a retirada, tendo deixado prontas as condições da energia-espaço para a ação dos diretores de potência e dos controladores físicos do superuniverso de Orvonton.


2. O ESTÁGIO PRIMÁRIO DA NEBULOSA

Todas as criações materiais evolucionárias nascem de nebulosas circulares e gasosas, e todas essas nebulosas primárias são circulares durante a primeira parte da sua existência gasosa. À medida que vão envelhecendo, elas geralmente adquirem a forma espiral e quando a sua função de formação solar chega ao fim, freqüentemente, elas terminam como acumulações de estrelas ou como enormes sóis cercados de um número variável de planetas, de satélites e de grupos menores de matéria, os quais, de muitos modos, se assemelham ao vosso diminuto sistema solar.

Há 800 bilhões de anos, a criação de Andronover estava bem estabelecida como uma das magníficas nebulosas primárias de Orvonton. Quando os astrônomos de universos próximos olharam para esse fenômeno do espaço, puderam notar pouco que chamasse a sua atenção. Os cálculos estimativos da gravidade, feitos em criações adjacentes, indicaram que materializações de espaço estavam ocorrendo nas regiões de Andronover, mas isso era tudo.

Há 700 bilhões de anos, o sistema de Andronover estava assumindo proporções gigantescas, e outros controladores físicos foram despachados para nove criações materiais circunvizinhas, a fim de propiciarem o apoio e a cooperação aos centros de potência desse novo sistema material, que estava evoluindo tão rapidamente. Nessa época longínqua, todo o material legado às criações subseqüentes estava sendo mantido dentro dos confins dessa gigantesca roda de espaço, que continuava sempre a girar e que, após alcançar o máximo do seu diâmetro, novia-se cada vez mais rapidamente enquanto continuava a condensar-se e a contrair-se.



Há 600 bilhões de anos, foi atingido o apogeu da mobilização de energia em Andronover; a nebulosa havia adquirido a sua massa máxima. Nessa época, ela era uma nuvem circular gigantesca de gás, com um formato como o de um esferóide achatado. Esse foi o período inicial de formação da massa diferencial e da velocidade variável de circunvolução. A gravidade e as outras influências estavam para iniciar o seu trabalho de conversão dos gases do espaço em matéria organizada.


3. O ESTÁGIO SECUNDÁRIO DA NEBULOSA

A enorme nebulosa agora começa gradualmente a assumir a forma de uma espiral e torna-se claramente visível, mesmo para os astrônomos de universos distantes. E a história natural da maioria das nebulosas é esta; antes de iniciarem o arrojamento sóis e o empreendimento do trabalho de construção de um universo, essas nebulosas espaciais secundárias em geral são vistas como fenômenos espirais.

Quando os estudantes de astronomia, de sistemas vizinhos, naquela era longínqua, observaram essa metamorfose da nebulosa de Andronover, eles divisaram exatamente o mesmo que os astrônomos do século vinte divisam quando, estes apontaram os seus telescópios para o espaço, e vêem as nebulosas espirais da idade presente no espaço exterior adjacente.

Por volta da época do alcance da sua massa máxima, o controle da gravidade do conteúdo gasoso começou a enfraquecer e sobreveio o estágio da fuga do gás; o gás escapava como dois braços gigantescos e distintos, tendo origem em lados opostos da massa-mãe. As rápidas revoluções desse enorme núcleo central logo conferiram uma aparência espiral a essas duas correntes de gás projetadas para fora. O resfriamento e a condensação subseqüente de partes desses braços protuberantes finalmente conferiram a eles a sua aparência nodosa. Essas partes mais densas eram vastos sistemas e subsistemas de matéria física girando no espaço em meio à nuvem gasosa da nebulosa, enquanto esta se mantinha seguramente dentro da atração da gravidade da roda-mãe.

Contudo, a nebulosa havia começado a contrair-se, e o acréscimo da sua velocidade de rotação reduzia ainda mais o controle da gravidade. Pouco tempo depois, as regiões gasosas exteriores começaram finalmente a escapar do abraço imediato do núcleo da nebulosa, passando ao espaço em circuitos de contornos irregulares, retornando às regiões nucleares para completar os seus circuitos, e assim sucessivamente. Mas isso foi apenas um estágio temporário de progressão nebular. A velocidade de giro, sempre crescente, logo fez com que enormes sóis fossem atirados ao espaço, em circuitos independentes.

E foi isso o que aconteceu com Andronover, em idades extremamente longínquas. A roda de energia cresceu mais e mais, até atingir a sua expansão máxima, e então, quando sobreveio a contração, ela girou cada vez mais rápido, até que, finalmente, o estágio centrífugo crítico foi alcançado e teve início a grande desagregação.

Há 500 bilhões de anos, nasceu o primeiro sol de Andronover. Este, como um raio flamejante, desprendeu-se da atração da gravidade materna e precipitou-se no espaço, em uma aventura independente no cosmo da criação. A sua órbita ficou determinada pela sua trajetória de escape. Esses jovens sóis rapidamente tornam-se esféricos e iniciam as suas carreiras longas e cheias de acontecimentos como estrelas do espaço. Excetuando-se aqueles vindos dos núcleos nebulares terminais, a grande maioria dos sóis de Orvonton teve um nascimento análogo. Esses sóis, que escapam desse modo, passam por períodos variados de evolução e de serviço posterior no universo.

Há 400 bilhões de anos, a nebulosa de Andronover iniciou o seu período de recaptação. Muitos dos sóis vizinhos e menores foram recapturados, como resultado do crescimento gradual e da condensação posterior do núcleo materno. Logo foi inaugurada a fase terminal da condensação nebular, período que sempre precede à desagregação final dessas imensas acumulações espaciais de energia e de matéria.

Foi cerca de um milhão de anos depois dessa época que Michael de Nebadon, um Filho Criador do Paraíso, escolheu essa nebulosa em desintegração como local para a sua aventura de construção de um universo. Quase imediatamente, foram iniciados os mundos arquitetônicos de Salvington e os cem grupos de planetas-sede das constelações. Quase um milhão de anos foram necessários para completar esses agrupamentos de mundos especialmente criados. Os planetas-sedes dos sistemas locais foram construídos durante um período que perdurou daquela época até cerca de cinco bilhões de anos atrás.

Há 300 bilhões de anos, os circuitos solares de Andronover achavam-se bem estabelecidos, e o sistema nebular estava passando por um período transitório de relativa estabilidade física. Nessa época, o corpo de assessores de Michael chegou a Salvington e o governo de Orvonton, em Uversa, deu reconhecimento à existência física do universo local de Nebadon.

Há 200 bilhões de anos, presenciou-se a progressão de contrações e de condensações com enorme geração de calor no agrupamento central de Andronover, ou da massa do seu núcleo. Um espaço relativo surgiu até mesmo nas regiões próximas da roda do sol materno central. As regiões exteriores estavam ficando mais estabilizadas e mais bem organizadas; alguns planetas, girando em torno dos sóis recém-formados, haviam resfriado-se suficientemente para tornarem-se adequados à implantação da vida. Os mais antigos planetas habitados de Nebadon datam dessas épocas.

Então, o mecanismo completo do universo de Nebadon começa a funcionar pela primeira vez, e a criação de Michael é registrada em Uversa, como um universo para ser habitado e para a ascensão mortal progressiva.

Há 100 bilhões de anos, o ápice nebular da tensão de condensação foi atingido; o ponto de tensão máxima de aquecimento alcançado. Esse estágio crítico de contenção do aquecimento-gravidade perdura por idades, algumas vezes, porém, mais cedo ou mais tarde, o calor vence a luta com a gravidade e o período espetacular de dispersão do sol tem início. E isso marca o fim da carreira secundária de uma nebulosa do espaço.


4. OS ESTÁGIOS TERCIÁRIO E QUATERNÁRIO

O estágio primário de uma nebulosa é circular; o secundário é espiral; o estágio terciário é o da primeira dispersão solar; enquanto o quaternário abrange o segundo e o último ciclo da dispersão solar, com o núcleo-mãe terminando como um agrupamento globular ou como um sol solitário que funciona tal qual um centro de um sistema solar terminal.

Há 75 bilhões de anos, essa nebulosa havia alcançado o apogeu do seu estágio de família solar. Foi então o ponto culminante do primeiro período de perdas solares. A maioria desses sóis, desde então, apoderou-se de vastos sistemas de planetas, satélites, ilhas escuras, cometas, meteoros e nuvens de pó cósmico.



Há 50 bilhões de anos, completava-se esse primeiro período de dispersão solar; a nebulosa terminava rapidamente o seu ciclo terciário de existência, durante o qual deu origem a 876 926 sistemas solares.

Há 25 bilhões de anos, presenciou-se o completar do ciclo terciário da vida da nebulosa, o que acarretou a organização e uma relativa estabilização dos vastos sistemas estelares derivados dessa nebulosa matriz. Todavia, o processo de contração física e produção crescente de calor continuou na massa central da nebulosa remanescente.

Há dez bilhões de anos, teve começo o ciclo quaternário de Andronover. A temperatura máxima da massa nuclear havia sido atingida; o ponto crítico de condensação aproximava-se. O núcleo materno original encontrava-se em convulsões, sob a pressão combinada da sua própria tensão de condensação de calor interno e da atração crescente da maré gravitacional do enxame de sistemas de sóis liberados. As erupções nucleares que estavam para inaugurar o segundo ciclo solar da nebulosa eram iminentes. O ciclo quaternário da existência nebular estava para começar.

Há oito bilhões de anos, uma imensa erupção terminal teve início. Apenas os sistemas exteriores ficaram a salvo no momento de um tal cataclismo cósmico. E esse foi o começo do fim da nebulosa. Por um período de quase dois bilhões de anos estendeu-se a fase final de emissão de sóis.

Há sete bilhões de anos, presenciou-se o ponto máximo da desagregação terminal de Andronover. Esse foi o período do nascimento de sóis terminais maiores e do ápice das perturbações físicas locais.

Há seis bilhões de anos, ficaram assinalados o fim da desagregação terminal e o nascimento do vosso sol, o qüinquagésimo sexto antes do último sol da segunda família solar de Andronover. Essa erupção final do núcleo nebular deu nascimento a 136 702 sóis, a maioria dos quais é de globos solitários. O número total de sóis e de sistemas solares a se originarem da nebulosa de Andronover foi de 1 013 628. O número do sol do vosso sistema solar é 1 013 572.

Na época atual, a grande nebulosa de Andronover já não existe mais, mas está presente nos muitos sóis e nas suas famílias planetárias que se originaram daquela nuvem-mãe do espaço. O remanescente nuclear final daquela nebulosa magnífica ainda arde com um brilho avermelhado e continua a emitir luz e calor moderados para as suas famílias planetárias remanescentes de cento e sessenta e cinco mundos, os quais agora giram em torno dessa mãe venerável de duas gerações poderosas de monarcas de luz.


5. ORIGEM DE MONMATIA – O SISTEMA SOLAR DE URÂNTIA

Há cinco bilhões de anos, o vosso sol era um globo em chamas, relativamente isolado, tendo atraído para si a maior parte da matéria que circulava na sua proximidade no espaço, resíduos do cataclismo recente que lhe havia dado origem.

Hoje, o vosso sol alcançou uma estabilidade relativa, mas os seus ciclos de onze anos e meio de manchas solares comprovam que foi uma estrela variável na sua juventude. Durante os tempos primitivos do vosso sol, as contrações continuadas e o aumento gradual conseqüente da temperatura deram início a convulsões tremendas na sua superfície. Tais alterações, de proporções titânicas, necessitaram de três dias e meio para completar um ciclo de brilho variável. Esse estado variável, essa pulsação periódica, tornou o vosso sol altamente sensível a certas influências exteriores, as quais ele iria em breve enfrentar.

Assim, ficou estabelecido o cenário do espaço local, para a origem singular de Monmatia, sendo este o nome da família planetária do vosso sol, o sistema solar ao qual o vosso mundo pertence. Menos de um por cento dos sistemas planetários de Orvonton teve uma origem similar.




Há quatro bilhões e meio de anos, o enorme sistema de Angona começou a aproximar-se da vizinhança do vosso sol, então solitário. O centro daquele grande sistema era um gigante escuro de espaço, sólido, altamente carregado e possuindo uma tremenda força de atração gravitacional.

À medida que Angona se aproximava mais do vosso sol, em momentos de expansão máxima, e durante as pulsações solares, correntes de material gasoso eram atiradas no espaço, como línguas solares gigantescas. Inicialmente, essas línguas flamejantes de gás invariavelmente caíam de volta no sol, mas, no momento em que Angona se aproximava mais e mais, a atração da gravidade do gigantesco visitante tornou-se tão intensa que essas línguas de gás quebravam-se em certos pontos, e as suas raízes caíam novamente no sol, enquanto as partes mais externas destacavam-se, formando corpos independentes de matéria, de meteoritos solares, que imediatamente começaram a girar em volta do sol, em suas órbitas elípticas próprias.

E à medida que o sistema de Angona se aproximava, as extrusões solares tornavam-se cada vez maiores; mais e mais matéria era retirada do sol e transformava-se em corpos circulantes, independentes, no espaço circunvizinho. Esse estado desenvolveu-se por cerca de quinhentos mil anos, até que Angona aproximou-se ao máximo do sol. Depois dessa aproximação, o sol, em conjunção com uma das suas periódicas convulsões internas, experimentou uma quebra parcial; e enormes volumes de matéria desprenderam-se simultaneamente de lados opostos dele. Do lado de Angona, foi sendo atraída uma vasta coluna de gases solares, pontiaguda em ambas as extremidades e com um bulbo protuberante no centro, que se destacou permanentemente do controle imediato da gravidade do sol.

Essa grande coluna de gases solares, que assim separou-se do sol, posteriormente converteu-se nos doze planetas do sistema solar. Os gases ejetados, por repercussão, do lado oposto do sol, devido à maré, que correspondeu à extrusão desse ancestral gigantesco do sistema solar, desde então se condensaram em meteoros e em poeira do espaço, no sistema solar, se bem que uma grande parte dessa matéria tivesse sido recapturada posteriormente por gravidade solar, à medida que o sistema de Angona foi afastando-se no espaço remoto.

Embora tenha conseguido êxito em extrair do sol o material ancestral dos planetas do sistema solar e o enorme volume de matéria que agora circula em volta do sol, como asteróides e meteoros, o sistema de Angona não assegurou, para si mesmo, nada dessa matéria solar. O sistema visitante não chegou perto o bastante para roubar de fato nada da substância do sol, mas aproximou-se o suficiente para atrair para o espaço intermediário todo o material que compreende o atual sistema solar.
Os cinco planetas internos e os cinco planetas mais externos logo se formaram, ainda em tamanho reduzido, da matéria resfriada e dos núcleos condensados nas extremidades de massa menor e mais afilada, do gigantesco bulbo provocado pela gravidade, que Angona conseguiu destacar do sol, enquanto Saturno e Júpiter formaram-se das partes centrais e de maior massa do bulbo. A poderosa atração da gravidade de Júpiter e de Saturno logo captou a maior parte do material roubado de Angona, o que é testemunhado pelo movimento retrógrado de alguns dos seus satélites.

Júpiter e Saturno, que são derivados do centro mesmo da enorme coluna de gases solares superaquecidos, continham tanto material solar altamente aquecido que brilharam com uma luz reluzente e emitiram enormes volumes de calor; eles foram, na realidade, sóis secundários, durante um curto período posterior às suas formações, como corpos separados no espaço. Esses dois planetas maiores do sistema solar permaneceram altamente gasosos até os dias atuais, não se tendo ainda resfriado até o ponto da completa condensação ou solidificação.

Os núcleos de contração de gás dos outros dez planetas logo atingiram o estágio de solidificação e, assim, começaram a atrair para si próprios quantidades cada vez maiores da matéria meteórica que circulava no espaço vizinho. Os mundos desse sistema solar, desse modo, tiveram uma dupla origem: núcleos de condensação de gás, mais tarde aumentados pela captação de quantidades enormes de meteoros. De fato, ainda continuam a captar meteoros, mas em quantidade bem mais reduzida.

Os planetas não giram em torno do sol no plano equatorial da sua mãe solar, o que fariam se houvessem sido expelidos na rotação do sol. Na verdade, eles circulam no plano da extrusão solar de Angona, que formava um ângulo considerável com o plano do equador do sol.

Embora Angona tivesse sido incapaz de captar qualquer coisa da massa solar, o vosso sol acrescentou à sua família planetária, em metamorfose, uma parte da matéria do sistema visitante que circulava no espaço. Devido ao intenso campo gravitacional de Angona, a sua família planetária tributária mantinha órbitas a distâncias consideráveis do gigante escuro; e pouco depois da extrusão da massa ancestral do sistema solar, enquanto Angona ainda estava na vizinhança do sol, três dos planetas maiores do sistema de Angona giravam tão próximos do maciço ancestral do sistema solar, que a sua atração gravitacional, aumentada pela do sol, foi suficiente para contrabalançar a atração da gravidade de Angona e para destacar permanentemente esses três tributários do visitante celeste.

Todo o material do sistema solar derivado do sol estava dotado de uma direção homogênea de giro orbital e, não fora pela intrusão desses três corpos espaciais estrangeiros, todo esse material do sistema solar estaria ainda mantendo a mesma direção de movimento orbital. O que aconteceu foi que o impacto dos três tributários de Angona injetou novas forças direcionais exteriores ao sistema solar emergente, com o resultante aparecimento de um movimento retrógrado. Um movimento retrógrado, em qualquer sistema astronômico, é sempre acidental e surge sempre como resultado do impacto de colisão com corpos espaciais vindos de fora. Tais colisões podem nem sempre produzir o movimento retrógrado, mas nenhum movimento retrógrado jamais aparece, a não ser em um sistema que contenha massas de origens diversas.


6. O ESTÁGIO DO SISTEMA SOLAR – A ERA DE FORMAÇÃO DO PLANETA

Depois do nascimento do sistema solar, seguiu-se um período de diminuição do derrame solar. Decrescentemente, durante outros quinhentos mil anos, o sol continuou a derramar volumes sempre mais reduzidos de matéria no espaço adjacente. Mas, durante essas etapas primordiais de órbitas erráticas, quando os corpos circundantes aproximaram-se ao máximo do sol, o sol-mãe foi capaz de recapturar uma grande porção desse material meteórico.

Os planetas mais próximos do sol foram os primeiros a ter as suas rotações desaceleradas pela fricção devida ao efeito maré-da-gravidade. Essas influências gravitacionais contribuem também para a estabilização das órbitas planetárias, pois atuam como um freio sobre a velocidade de rotação em torno do eixo planetário, levando um planeta a girar sempre mais devagar, até que essa rotação axial cesse, deixando um hemisfério do planeta sempre voltado para o sol ou para o corpo maior, como é ilustrado pelo planeta Mercúrio e pela Lua, que sempre giram com a mesma face voltada para Urântia.

Quando as fricções do tipo maré, tornarem-se uniformizadas na Terra e na Lua, a Terra irá sempre voltar o mesmo hemisfério para a Lua e o dia e o mês serão análogos – com uma duração em torno de 47 dias. Ao atingir essa estabilidade de órbitas, as fricções do tipo maré reverterão a sua ação, não mais tendendo a afastar a Lua da Terra, mas gradualmente atraindo o satélite na direção do planeta. E então, naquele futuro distante, quando a Lua chegar à distância de cerca de dezoito mil quilômetros da Terra, a ação da gravidade desta última provocará um colapso da Lua, pois uma explosão causada pela maré-da-gravidade levará a Lua a despedaçar-se em pequenas partículas, que poderão reunir-se em torno do mundo, como anéis de matéria, semelhantes aos de Saturno, ou então, talvez, caindo gradualmente na Terra, como meteoros.

Se os corpos espaciais tiverem tamanhos e densidades semelhantes, poderão ocorrer colisões. Contudo, se dois corpos espaciais de densidades semelhantes forem relativamente desiguais em tamanho, e o menor aproximar-se progressivamente do maior, a ruptura do corpo menor ocorrerá quando o raio da sua órbita tornar-se duas vezes e meia menor que o raio do corpo maior. As colisões entre os gigantes do espaço, na verdade, são raras; contudo as explosões de corpos menores causadas pela maré-da-gravidade são muito comuns.

As estrelas cadentes ocorrem em enxames, porque elas são os fragmentos de corpos maiores de matéria deslocados pela maré-da-gravidade exercida por corpos circunvizinhos ainda maiores. Os anéis de Saturno são os fragmentos de um satélite pulverizado. Uma das luas de Júpiter, no presente, está aproximando-se perigosamente da zona crítica de fraturamento, por causa do efeito da maré, e, dentro de uns poucos milhões de anos, ou será absorvida pelo planeta, ou será submetida aos efeitos fragmentadores da maré-da-gravidade. O quinto planeta do sistema solar, em um tempo muito remoto, viajava em uma órbita irregular, periodicamente aproximando-se mais e mais de Júpiter, até que entrou na zona crítica de fragmentação, por causa da maré-da-gravidade, e foi fragmentado, rapidamente, convertendo-se no atual cinturão de asteróides.



Há quatro bilhões de anos, presenciou-se a organização dos sistemas de Júpiter e de Saturno, quase como são observados hoje, à exceção das suas luas, que continuaram a ter o seu tamanho aumentado durante vários bilhões de anos. De fato, todos os planetas e satélites desse sistema solar estão ainda crescendo, por causa de uma contínua captação de meteoros.

Há três bilhões e meio de anos, os núcleos de condensação dos outros dez planetas estavam bem formados, e os núcleos da maioria das luas estavam intactos, embora alguns dos satélites menores se hajam unido, mais tarde, para formar as luas atuais maiores. Essa idade pode ser considerada a era da formação planetária.

Há três bilhões de anos, o sistema solar estava funcionando quase como o faz hoje. Os seus membros continuavam a aumentar em tamanho, à medida que, em um ritmo prodigioso, os meteoros do espaço afluíam aos planetas e aos seus satélites.

Por volta dessa época, o vosso sistema solar estava colocado no registro físico de Nebadon e tinha já o seu nome, Monmatia.

Há dois bilhões e meio de anos, os planetas haviam aumentado imensamente o seu tamanho. Urântia era uma esfera bem desenvolvida, com cerca de um décimo da sua massa atual e estava ainda crescendo rapidamente por absorção de meteoros.

Toda essa tremenda atividade é uma parte normal da edificação de um mundo evolucionário da ordem de Urântia e constitui a parte preliminar astronômica para o estabelecimento do cenário que é o começo da evolução física dos mundos do espaço, na preparação para as aventuras da vida no tempo.


7. A ERA METEÓRICA – A ERA VULCÂNICA – A ATMOSFERA PLANETÁRIA PRIMITIVA

Durante esses tempos primitivos, as regiões do espaço do sistema solar estavam repletas de corpos diminutos, de fragmentações e condensação, e, na ausência de uma atmosfera protetora de combustão, esses corpos do espaço colidiam diretamente com a superfície de Urântia. Tais impactos incessantes mantinham a superfície do planeta mais ou menos aquecida, e isso, junto com a ação crescente da gravidade, à medida que a esfera ficava maior, começou a colocar em operação aquelas influências que gradualmente levaram os elementos mais pesados, como o ferro, a acumularem-se mais e mais no centro do planeta.

Há dois bilhões de anos, a Terra, decididamente, começou a avantajar-se em relação à Lua. O planeta sempre tinha sido maior do que o seu satélite, mas não havia tanta diferença entre os seus tamanhos até por volta dessa época, quando enormes corpos espaciais foram captados pela Terra. Urântia, então, tinha um quinto do seu tamanho atual e tornava-se grande o suficiente para manter a atmosfera primitiva que havia começado a surgir, como resultado do confronto elementar entre o interior aquecido e a crosta exterior que se resfriava.

A atividade vulcânica definida data desses tempos. O calor interno da Terra continuava a aumentar pelo mergulho cada vez mais fundo dos elementos radioativos, ou mais pesados, trazidos do espaço pelos meteoros. O estudo desses elementos radioativos revelará que Urântia, na sua superfície, tem mais de um bilhão de anos de idade. O relógio radioativo é o vosso indicador temporal mais confiável para obter as estimativas científicas da idade do planeta, mas todos esses cálculos resultam por demais superficiais, porque os materiais radioativos, disponíveis para a vossa pesquisa, derivam completamente da superfície terrestre e, portanto, representam aquisições relativamente recentes desses elementos por parte de Urântia .

Há um bilhão e meio de anos, a Terra possuía dois terços do seu tamanho atual, enquanto a Lua estava próxima da massa que hoje apresenta. Se comparado ao da Lua, o rápido aumento da Terra, em tamanho, capacitou-a a começar a roubar aos poucos a escassa atmosfera que o seu satélite possuía originalmente.

A ação vulcânica nesse período atinge o seu apogeu. Toda a Terra, então, é um verdadeiro inferno de fogo; a superfície assemelha-se ao seu estado de fusão anterior, antes que os metais mais pesados tivessem ido para o centro por força da gravidade. Essa é a idade vulcânica. Contudo, uma crosta constituída principalmente de granito, relativamente mais leve, forma-se aos poucos. O cenário vai sendo estabelecido para que o planeta possa um dia sustentar a vida.

A atmosfera primitiva do planeta evolui vagarosamente, agora contendo um pouco de vapor de água, monóxido de carbono, dióxido de carbono e cloreto de hidrogênio; mas com pouco ou nenhum nitrogênio e oxigênio livres. A atmosfera de um mundo na idade vulcânica apresenta um espetáculo estranho. Além dos gases acima mencionados, ela é pesadamente carregada pelos numerosos gases vulcânicos, e, à medida que o cinturão de ar amadurece, também é carregada pelos produtos da combustão de pesadas chuvas meteóricas que constantemente se abatem sobre a superfície do planeta. Essa combustão meteórica mantém o oxigênio atmosférico em um nível de quase exaustão e o bombardeamento meteórico ainda é tremendo.

Com o tempo, a atmosfera tornou-se mais estabilizada e resfriada o suficiente para dar início à precipitação de chuva sobre a superfície rochosa quente do planeta. Durante milhares de anos, Urântia permaneceu envolvida por uma imensa e contínua camada de vapor. E nessas idades, o sol nunca brilhou sobre a superfície da Terra.

Uma grande parte do carbono da atmosfera consistiu no substrato para formar os carbonatos dos vários metais que abundavam nas camadas superficiais do planeta. Mais tarde, quantidades maiores desses gases carbônicos foram consumidos pela vida vegetal primitiva que proliferava.

Os fluxos contínuos de lava e os meteoros que caíam, mesmo nos períodos ulteriores, esgotavam quase completamente o oxigênio do ar. E, inclusive, os primeiros depósitos dos oceanos primitivos, logo depois de surgidos não continham nenhuma pedra colorida, nem xistos. Durante um longo tempo após o surgimento do oceano não havia virtualmente nada de oxigênio livre na atmosfera; e não surgiu em quantidades significativas até ter sido mais tarde gerado pelas algas marinhas e outras formas de vida vegetal.

A atmosfera planetária primitiva da idade vulcânica oferece pouca proteção contra os impactos por colisão dos enxames meteóricos. Milhões e milhões de meteoros são capazes de penetrar nesse cinturão de ar, esmagando-se contra a crosta do planeta como corpos sólidos. À medida que passa o tempo, porém, um número cada vez menor de meteoros revela-se de tamanho suficiente para resistir ao escudo de fricção, cada vez mais forte, da atmosfera sempre mais rica em oxigênio nessas eras mais recentes.


8. A ESTABILIZAÇÃO DA CROSTA TERRESTRE

Há um bilhão de anos, deu-se o começo efetivo da história de Urântia. O planeta havia atingido aproximadamente o seu tamanho atual. E, por volta dessa época, foi colocado nos registros físicos de Nebadon e lhe foi dado o seu nome: Urântia.

A atmosfera, junto com uma contínua precipitação de umidade, facilitava o resfriamento da crosta terrestre. A ação vulcânica logo equalizou a pressão do calor interno e a contração da crosta; e, quando a atividade vulcânica decresceu rapidamente, os terremotos surgiram, enquanto isso progredia o período de resfriamento e de ajustamento da crosta.

A história geológica efetiva de Urântia começa quando a crosta terrestre se resfria suficientemente para permitir a formação do primeiro oceano. A condensação do vapor de água na superfície em resfriamento da Terra, uma vez iniciada, continuou virtualmente até completar-se. Ao fim desse período, o oceano recobria todo o planeta com uma profundidade média de quase dois quilômetros. As marés movimentavam-se então quase como o que se observa atualmente, mas esse oceano primitivo não era salgado; praticamente consistia numa cobertura de água doce por todo o mundo. Naqueles dias, a maior parte do cloro estava combinada com vários metais, mas havia o suficiente, em combinação com o hidrogênio, para tornar essa água levemente ácida.

No princípio dessa era longínqua, Urântia deve ser vista como um planeta coberto de água. Mais tarde, fluxos de lava mais profundos e, portanto, mais densos afloraram do fundo do que é o oceano Pacífico atual, e essa parte da superfície coberta de água tornou-se uma depressão considerável. A primeira massa de terra continental emergiu do oceano mundial em um ajuste que restabelecia o equilíbrio da crosta terrestre, a qual se tornava gradativamente mais espessa.

Há 950 milhões de anos, Urântia apresenta o quadro de um grande continente de terra, cercado por uma vasta extensão de água, o oceano Pacífico. Os vulcões ainda são numerosos e os terremotos tão freqüentes quanto graves. Os meteoros continuam a bombardear a Terra, mas vão diminuindo, quanto à freqüência e tamanho. A atmosfera se limpa, mas a quantidade de dióxido de carbono continua elevada. A crosta terrestre estabiliza-se gradativamente.

Por volta dessa época Urântia foi designada para o sistema de Satânia, quanto à administração planetária, tendo sido colocada no registro de vida de Norlatiadeque.

Então começou o reconhecimento administrativo da pequena e insignificante esfera, destinada a ser o planeta no qual, subseqüentemente Michael engajar-se-ia no empreendimento estupendo da auto-outorga mortal, participando das experiências que levaram Urântia a tornar-se localmente conhecida desde então como o "mundo da cruz".

Há 900 milhões de anos Urântia presenciou a chegada do primeiro grupo de exploração de Satânia, enviado de Jerusém, para examinar o planeta e elaborar um relatório sobre a sua adaptabilidade de transformar-se numa estação de vida experimental. Essa comissão constituída de vinte e quatro membros, abrangia Portadores da Vida, Filhos Lanonandeques, Filhos Melquisedeques, serafins e outras ordens de vida celeste, vinculadas à organização e administração inicial dos planetas.

Após efetuar uma pesquisa cuidadosa no planeta, essa comissão retornou a Jerusém e apresentou um relatório favorável ao Soberano do Sistema, recomendando que Urântia fosse colocada no registro de vida experimental. O vosso mundo foi, desse modo, registrado em Jerusém como um planeta decimal, e os Portadores da Vida foram notificados de que lhes seria dada a permissão para instituir novos modelos de mobilização mecânica, química e elétrica, assim que, em um momento subseqüente, eles chegassem com os mandatos de transplantação e implantação da vida.

No tempo devido, as medidas para a ocupação planetária foram tomadas pela comissão mista dos doze de Jerusém e aprovadas pela comissão planetária dos setenta de Edêntia. Esses planos, propostos pelos conselheiros assessores dos Portadores da Vida, finalmente foram aceitos em Salvington. Logo depois, as teledifusões de Nebadon divulgaram o anúncio de que Urântia tornar-se-ia um cenário onde os Portadores da Vida iriam executar o seu sexagésimo experimento em Satânia, destinado a ampliar e a melhorar o tipo Satânia de modelos de vida de Nebadon.

Pouco tempo depois de Urântia haver sido reconhecida pela primeira vez por intermédio das transmissões universais a todo Nebadon, foi-lhe conferido o status pleno de aceitação no universo. Logo depois, foi registrada nos arquivos dos planetas-sedes do setor menor e do setor maior do superuniverso; e, antes que essa idade terminasse, Urântia havia entrado no registro da vida planetária em Uversa.

Toda essa idade ficou caracterizada por tempestades freqüentes e violentas. A crosta inicial da Terra estava em um estado de fluência contínua. O resfriamento superficial alternava-se com imensos fluxos de lava. Em nenhum lugar podia ser encontrado, superficialmente, nada que fosse da crosta original do planeta. Tudo estava sendo misturado, muitas vezes, às lavas de origens profundas em extrusão e de novo juntado aos depósitos subseqüentes do oceano primitivo, que abrangia todo o mundo.



Em nenhum lugar, na superfície do mundo, serão encontradas mais das remanescentes modificadas dessas antigas rochas pré-oceânicas, do que no nordeste do Canadá, perto da baía de Hudson. Aquela extensa elevação granítica é composta de pedra que pertence às idades pré-oceânicas. As suas camadas de rocha foram aquecidas, dobradas, torcidas e, de novo recurvadas e, ainda uma vez mais, se submetendo a todas essas experiências metamórficas de deformação.

Ao longo das idades oceânicas, depositaram-se enormes camadas de pedra estratificada, livre de fossilizações, sobre esse antiqüíssimo fundo de oceano (a pedra calcária pode formar-se como resultado de uma precipitação química; nem todo o calcário mais antigo foi produzido por depósito de vida marinha). Em nenhuma dessas antigas formações rochosas serão encontradas evidências de vida; elas não contêm fósseis, a não ser que, por acaso, depósitos mais recentes, da idade das águas, se hajam misturado a essas camadas mais antigas, anteriores à vida.

A crosta inicial da Terra era altamente instável, mas as montanhas não estavam em processo de formação. O planeta contraiu-se sob a pressão da gravidade enquanto se formava. As montanhas não são o resultado do colapso da crosta em resfriamento, em uma esfera em contração; elas surgem mais tarde, como resultado da ação da chuva, da gravidade e da erosão.

A massa continental terrestre dessa era foi aumentando, até que cobriu quase dez por cento da superfície da Terra. Os terremotos graves só tiveram início depois que a massa continental de terra emergiu até bem acima do nível da água. Uma vez iniciados, eles aumentaram em freqüência e severidade, por idades sucessivas. Durante milhões e milhões de anos, os terremotos foram diminuindo, mas Urântia ainda apresenta uma média de quinze tremores por dia.

Há 850 milhões de anos, teve início a primeira época de estabilização real da crosta da Terra. A maior parte dos metais mais pesados se havia assentado na direção do centro do globo; a crosta em resfriamento havia deixado de recalcar-se em uma escala tão extensa quanto nas idades anteriores. Ficou estabelecido um melhor equilíbrio entre a extrusão de terra e o leito mais pesado do oceano. O fluxo do leito de lava sob a camada da crosta tomou quase uma dimensão mundial, e isso compensou e estabilizou as flutuações causadas ao resfriamento, contração e deslizamentos superficiais.

A freqüência e a severidade das erupções vulcânicas e dos terremotos continuaram a diminuir. A atmosfera estava limpando-se dos gases vulcânicos e do vapor de água, mas a porcentagem de dióxido de carbono ainda era alta.

As perturbações elétricas no ar e na terra também diminuíam. Os fluxos de lava haviam trazido à superfície uma mistura de elementos que diversificavam a crosta e isolavam melhor o planeta, de algumas das energias do espaço. E tudo isso foi muito útil para facilitar o controle da energia terrestre e estabilizar o seu fluxo, o que é revelado pelo funcionamento dos pólos magnéticos.

Há 800 milhões de anos, presenciou-se a inauguração da primeira grande época do solo firme, a idade da emergência crescente dos continentes.

Desde a condensação da hidrosfera terrestre, inicialmente em um oceano mundial e subseqüentemente no oceano Pacífico, deve-se ter em conta que este último corpo de água então cobria nove décimos da superfície da Terra. Os meteoros, caindo no mar, acumularam-se no fundo dos oceanos; e, de um modo geral, os meteoros são compostos de materiais pesados. Aqueles que caíam em terra eram, em boa medida, oxidados e subseqüentemente desgastados pela erosão e, ainda, arrastados como aluviões até as bacias do oceano. Assim, o fundo do oceano tornou-se cada vez mais pesado e, acrescentado a isso havia o peso de um corpo de água de cerca de quinze quilômetros de profundidade, em alguns pontos.

O crescente peso do oceano Pacífico continuou a agir no sentido de levantar a massa continental de Terra. A Europa e a África começaram a emergir das profundezas do Pacífico e, concomitantemente, também emergiram aquelas massas atualmente chamadas de Austrália, América do Norte e do Sul, e o continente da Antártida; enquanto o leito do oceano Pacífico iniciou mais um afundamento compensatório. Ao fim desse período, quase um terço da superfície do planeta consistia em terras, todas em um único corpo continental.

Com esse aumento na elevação das terras, apareceram as primeiras diferenças climáticas no planeta. A elevação das terras, as nuvens cósmicas e as influências oceânicas foram as causadoras principais das flutuações climáticas. A espinha dorsal da massa de terra asiática alcançou uma altitude de quase quinze mil metros, na época da emergência máxima das terras. Tivesse havido muita umidade no ar, flutuando sobre essas regiões sumamente elevadas, e enormes capas de gelo ter-se-iam formado;

a idade do gelo teria chegado muito antes. Centenas de milhões de anos se passariam antes que tanta terra de novo surgisse acima da água.

Há 750 milhões de anos, surgiram as primeiras fendas na massa de terra continental, como a grande fenda separando o norte e o sul, a qual mais tarde foi preenchida pelas águas do oceano e preparou o caminho para o movimento no sentido oeste dos continentes da América do Norte, inclusive a Groenlândia e da América do Sul. A longa falha leste-oeste separou a África da Europa, distanciando do continente asiático as massas de terra da Austrália, das ilhas do Pacífico, e da Antártida.

Há 700 milhões de anos, Urântia estava aproximando-se da maturidade em termos de condições necessárias à manutenção da vida. Os movimentos dos continentes continuavam; o oceano penetrava cada vez mais nas terras, formando longos dedos de mar e criando aquelas águas rasas e abrigadas, das baías, que são tão adequadas como habitat da vida marinha.

Há 650 milhões de anos, presenciou-se mais uma separação das massas terrestres e, como conseqüência, mais uma expansão dos mares continentais. E essas águas estavam rapidamente atingindo aquele grau de salinidade essencial à vida de Urântia.

Esses mares e os seus sucessores estabeleceram os registros de vida em Urântia, como foi subseqüentemente descoberto em páginas de pedra bem conservadas, volume sobre volume, à medida que uma era sucedeu à outra era, e uma idade à outra idade. Na realidade esses mares internos das épocas remotas foram os berços da evolução.


[Apresentado por um Portador da Vida, membro do Corpo original de Urântia e, atualmente, observador residente.]

Fonte: Minha Mestria